quarta-feira, 16 de abril de 2014

A roupa da mulher influência estupros?


estupro

Temos visto nas últimas semanas toda uma polêmica gerada por um órgão de pesquisa que apontou que a maioria dos brasileiros julgariam que o comportamento da mulher, influencia sim, num caso de estupro.
Na semana seguinte a esta notícia, o mesmo órgão de pesquisa admitiu um erro e anunciou por nota que houve uma troca nos gráficos, que o correto é afirmar que 26% dos entrevistados concordam com a frase “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”, ao invés dos 65% divulgados primeiramente.
A pesquisa traz ainda outros dados que achei interessante para entendermos como as pessoas estão percebendo  à sexualidade nos dias de hoje, por exemplo: 54,9% também concordam ou concordam parcialmente que “tem mulher que é pra casar, tem mulher que é pra cama”. E a partir de afirmações como essas os estudiosos do órgão pesquisador também tiraram algumas conclusões: “Por trás da afirmação [referente ao estupro], está a noção de que os homens não conseguem controlar seus apetites sexuais”, e “Constitui importante desafio reduzir os casos de violência contra as mulheres. (…) Uma das formas de se alcançar a diminuição deste fenômeno, além da garantia de punição para os agressores, é a educação. Transformar a cultura machista (…) é o maior desafio atualmente”.
 Penso que tais conclusões são fruto de uma forma superficial de analisar o problema. Culpar a cultura machista ou o comportamento feminino pela crescente violência que estamos presenciando é equivalente a cuidar dos sintomas sem querermos nos esforçar por descobrir a doença. Daí então questiono se não seria tudo isso, antes, o reflexo de uma cultura que quer nos impor a todos, homens e mulheres, uma idolatria ao sexo, em formar as mentalidades para o culto ao corpo e a expressar os impulsos sexuais como forma de liberdade ou felicidade plena?
Ninguém se transforma num estuprador da noite para o dia. Até chegar ao ponto de cometer uma atrocidade dessas, um homem foi influenciado por estímulos, iniciando pelos mais simples que parecem inofensivos como as dançarinas seminuas num programa de domingo, até ele ir para a pornografia e depois cometer um crime.
Quero deixar bem claro que não estou justificando o ato violento. Em hipótese alguma a mulher deveria sofrer este tipo de agressão, nem qualquer outro tipo. Mas, é preciso denunciar que estamos sendo violados – mulheres e homens – em nossa dignidade de seres humanos, por tanta sexualização em nosso meio.
Após a revolução sexual e a constante incidência da erotização em nosso cotidiano, estão transformando o masculino (que é mais inclinado ao ato sexual, pois, a natureza que lhe deu o material genético que fecunda, então o fez com características psicológicas a buscar fecundar) numa máquina de sexo. Ou seja, estão ensinando o homem a manifestar seus impulsos naturais de forma animalesca ao invés de trabalhar para tranquilizá-los e conviver pacificamente com estes, pois isso é o normal e perfeitamente natural. Nisso é verdadeiro que “os homens não estão conseguindo controlar seus apetites sexuais”, desde a masturbação até os que chegam a cometer um ato criminoso.
Em contrapartida, estão demonstrando as mulheres que seu valor está na auto imagem. Como se os anseios mais profundos do coração feminino pudessem ser preenchidos quando ela se torna bela e desejável, só que pela via mais primitiva e superficial impressão dela mesma, que é a sensualidade.
Ao usar roupa curta, justa, os decotes, o shortinho, a legging que marca praticamente tudo, ela sabe que vai chamar a atenção, que os homens irão olhar para ela, mas sua intenção é de ser notada, ser vista, ser  reconhecida, de forma normal e natural. Ela não entende que está sendo provocativa, pois não é tão visual quanto o homem.
E sendo percebida, consequentemente aumentará sua autoestima e ela terá uma boa impressão de seu valor perante os outros. Ao sentir-se bonita e notável essa moça pensa que está despertando nos outros o interesse pela sua pessoa e por aquilo que ela porta em seu intimo.
Mas, quando um rapaz olha para ela, não é bem isso que ele pensa. A formosura e a notoriedade que ela quer e precisa estão muito além da sensualidade. “O que é mais importante é invisível aos olhos”, entretanto ao vê-la com vestes assim, primeiramente nesse rapaz despertará a sua fantasia sexual, e muito provavelmente é essa a impressão que ele levará dela. Infelizmente, daí vem a pobre afirmação: “tem mulher que é pra casar, tem mulher que é pra cama”.
E o pior, é que existem mulheres que estão condicionadas, reféns de uma necessidade dos elogios vindos de quando usam essas vestimentas tipo “arrasa quarteirão”, ou “de parar o trânsito”, como um “vício”.
Enfim, a intenção de um não é o entendimento do outro e o significado de um não é como o outro percebe.
Somente se falarmos a mesma linguagem é que poderemos nos entender, e neste caso, a “educação” indicada como solução na conclusão da pesquisa, só se fará mesmo pela beleza da castidade. Esta virtude que Mons. Jonas Abib tanto preza e nos recomenda pela “sadia convivência entre homens e mulheres”. É possível que um rapaz olhe para uma moça sem cobiça e com pureza, e vice versa? Sim, é possível!
Inseridos no amor de Cristo, desde as nossas amizades, aprendamos a treinar o amor desinteressado. São em gestos gratuitos de amor, em ofertar nosso tempo, nosso ouvido, em prestar um favor ao outro sem esperar retribuição, que podemos nos desvencilhar do nosso egoismo, controlar os instintos e descobrir nosso valor de pessoa. Nosso mais acertado auto reconhecimento está inscrito no coração de Deus, é lá que precisamos nos identificar.
Quando aprendemos à achegar-nos a alguém, não por ele poder nos trazer vantagens, mas por nosso amor gratuito, é que nosso coração e mente, daí também nossa sexualidade, irão sendo curados e fortalecidos na paz, no amor e na bondade.
Sei que algumas pessoas vão discordar e achar que a culpa é mesmo da mulher, ou culparão a mentalidade machista. Cada um tem o direito de usar a roupa que quer e querer viver o autocontrole ou não. Contudo, se falassemos mais de Castidade não somente a violência diminuiria, mas também a família e a sociedade viveriam de forma mais amorosa.
Fonte:  Blog Revolução Jesus

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