segunda-feira, 28 de novembro de 2011

VAMOS RECRISTIANIZAR O NATAL!

É Natal! Época de festas. Que maravilha! É o momento de montarmos a árvore e o presépio.

Tempo de comércio movimentado e aberto até mais tarde. É preciso pensar nos presentes e ir às compras: vamos comprar brinquedos, comprar roupas novas, sapatos novos (que bom que tem décimo terceiro!!!).

É Natal! Época de comidas típicas! A televisão vai começar aquela maratona das mesmas matérias: que roupa vestir, que maquiagem fazer, o que preparar para a ceia, e depois vai nos ensinar como perder os quilos extras adquiridos nos dias de fartura, vai dar dicas de como curar a ressaca... Tudo tão apropriado...

SERÁ???

Olhemos bem à nossa volta. Por que a festa que deveria ser sinônimo de simplicidade, singeleza, transformou-se neste festival de consumismo? Por que tanto estresse? Por que tanta correria? Por que tanto nervosismo?

Olhemos a expressão de cansaço dos funcionários das lojas e supermercados, que têm que atender com solicitude e paciência clientes estressados, mal-humorados! Olhemos para as ruas e os shoppings tomados por uma grande multidão afoita!

Olhemos para as ceias: comidas e troca de presentes!

E o mundo fica vermelho e branco. Basta dar um passo e damos de cara com o Papai Noel: nas vitrines, nos supermercados, nas farmácias, nos postos de gasolina. Por todos os cantos lá está o “bom velhinho”. O grande personagem da festa. O quê? O grande personagem da festa? Mas que heresia!

Sim, uma grande heresia que infelizmente vem sendo propagada cada vez mais.

Um dia, eu vi uma reportagem na TV na qual uma criancinha era questionada sobre o que era o Natal, e ela não hesitou em responder: “é a festa do Papai Noel” (assim, como para tantas e tantas outras crianças a Páscoa é a festa do coelhinho).

Nada mais natural do que ela pensar assim, porque para onde quer que olhemos lá está ele, parado, dançando, cantando...

Não, eu não vou discutir a figura do Papai Noel, até porque dizem que lá na origem (das origens) ele tem inspiração cristã. Seria um bispo generoso. Mas a lógica que faz dele hoje um personagem tão famoso é essa? A caridade cristã? Sinceramente, duvido. E cá entre nós, está certo isso? Está certo o Natal se transformar numa data tão comercial e o Papai Noel ser o grande destaque?

E JESUS? Que lugar Ele tem em seu próprio aniversário? Seria mais um personagem para decorar o presépio? É nisso que se transformou o nosso Natal? O que está acontecendo conosco? Por que deixamos as coisas chegarem a este ponto?

Que lastimável! Uma festa Santa, ser marcada desta forma pelo consumismo, bebedeiras, mortes no trânsito. Festa marcada pelo estresse, cansaço, esgotamento total. E o pior de tudo: lamentavelmente, é preciso dizer que isso ocorre em muitos lares cristãos, de católicos que frequentam a missa todo domingo.

Temos que mudar isso! Temos que recristianizar o Natal! E não somente o Natal, mas a Páscoa, o dia de 12 de Outubro, de Nossa Senhora Aparecida. O primeiro dia da Semana, o Domingo da Ressurreição, Domingo do Senhor.

Temos que recristianizar a cultura. Viver a Cultura de Pentecostes, na qual o centro é Jesus Cristo, Senhor, Salvador que nos foi dado numa simples manjedoura. Pobre do nascimento à morte. Manso e humilde! Sendo Deus não quis se valer de sua condição.

Não é justo, não é certo que o Seu nascimento tenha perdido o verdadeiro significado. Nossas consciências não podem estar tão anestesiadas. Temos que reagir!

Claro, não vamos conseguir convencer o mundo neste Natal. Mudar um cultura leva um certo tempo. Mas que tal começar por nossas casas, nossas famílias? Que tal fazer da noite de Natal uma verdadeira festa cristã? Que tal falarmos francamente sobre isso em nossos Grupos de Oração e propormos a mudança?

Temos que ensinar a nossas crianças o valor verdadeiro desta festa. Que ótima oportunidade de evangelizarmos nossos pequenos (e também os adultos).

Aqui, faço uma breve partilha: Eu aprendi sobre Jesus quando era pequena. Minha mãe falava sobre Ele, e com apenas três ou quatro anos de idade (até onde posso lembrar, mas creio que ela falasse antes) eu já sabia que Deus tinha vindo à terra. E aquilo me encantava. Eu ficava imaginado onde Ele tinha morado. O que Ele tinha feito enquanto viveu aqui. Eu queria saber no que Ele tinha tocado, onde tinha pisado. Eu aprendi a amar Jesus quando era criança. E ainda hoje recordo desse sentimento. Ele permaneceu em meu coração esses anos todos e sempre sustentou minha fé. Todas as vezes que eu tive crises de fé, sem exceção, eu me lembrei do que aprendi sobre Jesus quando muito pequena. Sou capaz de me lembrar até mesmo das palavras de minha mãe.

Partilho isso para testemunhar que vale a pena, que é preciso sentar e falar de Jesus para as nossas crianças. Contar a história Dele. Linda história! Elas têm o direito de saber quem é o aniversariante desta festa. Elas têm o direito de conhecer Jesus Cristo!

Jesus tem que ser o centro de tudo em nossas vidas, e tem que ser o centro desta época do ano. Vamos recristianizar o Natal!

Vamos fazer um grande louvor ao Pai porque há dois mil anos Ele nos enviou seu Filho amado, para que tivéssemos vida. Ele nos deu o maior presente que poderíamos receber. Deu-nos, por meio de Jesus Cristo, acesso irrestrito ao seu Trono, nos resgatando da morte eterna.

Vamos fazer de nossas ceias uma festa cristã. Celebrar o nascimento do nosso Senhor. Vamos fazer programações de Natal em nossos Grupos. Vamos convidar o bairro inteiro. Vamos partilhar mais. Ajudar os irmãos necessitados, mas não apenas doando alimentos e sim falando do Senhor do Natal, porque eles não têm fome apenas de pão. Vamos recristianizar o Natal!

Que isso inquiete em nossos corações... Inquietação santa, necessária!

Que o Espírito Santo nos conduza a vivermos um Santo Natal, honrando e glorificando o Filho Amado do Pai. Nosso Senhor e Salvador que desceu do céu para nos tirar do poder da Morte. A Ele, Jesus, o Senhor, toda honra, toda glória, todo louvor! Amém!

Lúcia Volcan Zolin

Coordenadora Nacional da Comissão e do Ministério de Comunicação

sábado, 26 de novembro de 2011

Para a Igreja já é Ano Novo!!!

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Advento, a realização e confirmação da Aliança

É uma trajetória que passa pela fidelidade a Deus e ao próximo

Começamos novo Ano Litúrgico e um novo ciclo da liturgia com o Advento, tempo de preparação para o nascimento de Jesus Cristo no Natal. É hora de renovação das esperanças, com a advertência do próprio Cristo, quando diz: “Vigiai!”, para não sermos surpreendidos.
A chegada do Natal, preparado pelo ciclo do Advento, é a realização e confirmação da Aliança anunciada no passado pelos profetas. É a Aliança do amor realizada plenamente em Jesus Cristo e na vida de todos aqueles que praticam a justiça e confiam na Palavra de Deus.

Estamos em tempo de educação de nossa fé, quando Deus se apresenta como oleiro, que trabalha o barro, dando a ele formas diversas. Nós somos como argila, que deve ser transformada conforme a vontade do oleiro. É a ação de Deus em nossa vida, transformando-a de Seu jeito.

Neste caminho de mudanças, Deus nos deu diversos dons conforme as possibilidades de cada um. E somos conduzidos pelas exigências da Palavra de Deus. É uma trajetória que passa pela fidelidade ao Todo-poderoso e ao próximo, porque ninguém ama a Deus não amando também o seu irmão.

O Advento é convocação para a vigilância. A vida pode ser cheia de surpresas e a morte chegar quando não esperamos. Por isso é muito importante estar diuturnamente acordado e preparado, conseguindo distanciar-se das propostas de um mundo totalmente afastado de Deus.

Outro fato é não desanimar diante dos tipos de dificuldades e de motivações que aparecem diante nós. Estamos numa cultura de disputa por poder, de ocupar os primeiros lugares sem ser vigilantes na prestação de serviço. Quem serve, disse Jesus, é “servo vigilante”.

Confiar significa ter a sensação de não estar abandonado por Deus. Com isso, no Advento vamos sendo moldados para acolher Jesus no Natal como verdadeiro Deus. Aquele que nos convoca a abandonar o egoísmo e seguir Jesus Cristo.

Preparar-se para o Natal já é ter a sensação das festas de fim de ano. Não sejamos enganados pelas propostas atraentes do consumismo. O foco principal é Jesus Cristo como ação divina em todo o mundo.

Saiba mais sobre o Advento

Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A Geração do Matrimônio

Por Carl Anderson

Dentre as muitas coisas que nos fazem lembrar João Paulo II, certamente está sua capacidade de falar aos jovens. A instituição da Jornada Mundial da Juventude, uma tradição mantida por Bento XVI, revelou-se uma ocasião de ensinamento, uma forma de comunicar-se com as futuras gerações de pais católicos, sacerdotes e religiosos.

Uma recente pesquisa conduzida pelos Cavaleiros de Colombo e pelo Marist Institute for Public Opinion evidencia a importância de comunicar às novas gerações de católicos. O resultado do estudo, aplicado a jovens americanos nascidos entre 1978 e 2000, chamados de millennials, revelou elementos de esperança, mas também de preocupação pela Igreja Católica, que devem ser levados em consideração pelos evangelizadores católicos ao lidarem com os jovens.

Um fato encorajador revelado pela pesquisa é o de que entre os millennials que se identificaram como católicos não apenas os católicos praticantes 85% disseram crer em Deus. Suas proridades são o matrimônio e a proximidade com Deus. Cerca de 82% destes jovens acredita que a importância do matrimonio tem sido subestimada, enquanto mais de 60% consideram práticas como o aborto e a eutanásia moralmente erradas.

Estas são boas notícias. Mas o que verdadeiramente preocupa é que 61% dos jovens entrevistados acreditam ser justo para os católicos praticar mais de uma religião. Quase dois terços deles se consideram mais espirituais que religiosos, enquanto que 82% consideram as questões morais relativas.

Estes não são problemas teóricos, são fatos concretos. E são fatos sobre os quais Bento XVI, com uma incrível capacidade de antevisão, já antecipava há 5 anos.

Durante a cerimônia fúnebre de João Paulo II, num dos dias que antecederam sua eleição papal, o então cardeal Joseph Ratzinger alertou contra a ditadura do relativismo.

Disse: Ter um fé clara, segundo o Credo da Igreja, é frequentemente rotulado de fundamentalismo. Enquanto que o relativismo isto é, deixar-se levar por qualquer vento de doutrina aparece como a única atitude adequada aos tempos modernos. Assim se constrói uma ditadura do relativismo, que nada reconhece como definitivo e que estabelece como última medida apenas o eu e suas vontades.

Uma outra medida

Como alternativa a uma tal visão distorcida de mundo, ele propõe uma outra medida: o Filho de Deus, o verdadeiro homem. Ele é a medida do verdadeiro humanismo. Adulta não é a fé que segue as ondas da moda ou as últimas novidades; adulta e madura é a fé profundamente enraizada na amizade com Cristo. É esta amizade que nos abre a tudo o que é bom, e nos confere critério para decidir entre o verdadeiro e o falso, entre o engano e a verdade.

altEsta geração busca o amor. Quer o matrimônio isto é, o amor verdadeiro mais do que qualquer outra coisa. Vê que o amor no matrimônio tem sido desvalorizado.

Em uma entrevista concedida a uma publicação alemã, Bento XVI ilustrou mais precisamente como colocar em prática a solução proposta. O que é necessário disse ele é apresentar o que de positivo e de feliz a vida cristã pode oferecer.

Em particular, disse ele: O cristianismo, o catolicismo, não é uma acumulação de proibições, mas sim uma opção positiva. E é muito importante que esta concepção seja restaurada, uma vez que, nos dias de hoje, está quase completamente desaparecida. Falou-se tanto sobre o que não seria permitido, que agora precisamos dizer: temos uma proposta positiva: o homem e a mulher são feitos um para o outro, existe uma escala por assim dizer: sexualidade, Eros, Ágape, que são as dimensões do amor. E assim se constitui inicialmente no matrimônio o encontro pleno de felicidade entre um homem e uma mulher, em seguida a família, que garante a continuidade através das gerações, e na qual se realiza a reconciliação entre as gerações. Por isso, primeiramente, é necessário deixar claro aquilo que defendemos.

Recentemente, o Papa retomou esta mensagem aos bispos da Escócia, acrescentando: Estejam certos de apresentarem este ensinamento de modo que seja reconhecido como a mensagem de esperança que é.

Aos olhos de um grupo que considera o matrimônio como a mais alta das prioridades e que entende que seu valor é subestimado pela sociedade, uma Igreja que proclama a beleza do sentido cristão do matrimônio é uma Igreja que apresenta uma mensagem capaz de reverberar pela futura geração de pais católicos.

Este é precisamente o caminho indicado por Bento XVI.

Alguns descrentes dirão que os jovens não querem ouvir. Mas o fato é este: quase dois terços dos jovens entrevistados disseram estar muito interessados em aprender mais sobre sua fé.

Este é o motivo pelo qual a elaboração do documento que trata da questão da família, a cargo do Conselho Pontifício para a Família, é tão importante.

Cabe a nós apresentar a fé de um modo que faça sentido para as vidas dos jovens católicos, e não melhor maneira de fazê-lo que recorrendo à riqueza teológica e pastoral dos ensinamentos de João Paulo II e Bento XVI mostrar aos jovens como construir matrimônios felizes, sadios e, definitivamente, santos.

Fonte: Zenit.org

sábado, 19 de novembro de 2011

Atentos à tentação

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Na nossa vida íntima com Deus, somos muito visados pelo diabo

Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, anda em derredor como um leão que ruge, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo afora (I Pedro 5, 8-9).

Este não é basicamente um passo para nos aproximarmos de Deus, mas é um alerta para não nos distanciarmos d'Ele. O diabo existe, sim, a Palavra revela isso claramente nesse trecho da Carta de São Pedro. Como o próprio nome do maligno diz, ele é o divisor. Ele quer nos dividir na nossa fé entre o crer e o não crer, entre o confiar e o desconfiar. Por isso, São Pedro coloca em sua carta: Resisti-lhe, firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo afora. Até mesmo para pararmos com a auto piedade e o pessimismo na nossa vida.

O Altíssimo nos deu a graça de sermos chamados filhos d'Ele, por essa razão o maligno, que é o inimigo de Deus, nos quer devorar. Contudo, o demônio não se apresenta como o nosso inimigo; pelo contrário, apresenta-se como o nosso melhor amigo, aquele que nos satisfaz naquele momento. Na verdade, ele não é o nosso inimigo declarado, nós é que o somos, pois não queremos a mentira na nossa vida, sendo ele o pai desse mal.

Somos humanos e caímos muitas vezes, mas, todas as vezes em que isso acontecer, devemos aguentar firmes na fé, pois é no nosso momento de queda, de fraqueza, de tristeza, que a tentação vem e nos pergunta: Onde está o vosso Deus? No deserto, Jesus estava com fome e foi tentado pelo diabo: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Nesse momento, Cristo se coloca não como o Filho de Deus, mas como um verdadeiro homem, provando-nos que somos capazes de resistir à tentação quando verdadeiramente confiamos em Deus: Não se vive só de pão, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus (Mateus 4, 1-11).

Na nossa vida íntima com o Senhor, somos muito visados por satanás, pois ele quer nos provar que Deus não existe, que ele é que é o deus, apresentando-nos outros deuses, outras religiões, outras formas de conseguir a felicidade, de termos riquezas materiais, de sermos o centro, de sermos deuses também. Na verdade, ele quer desmoralizar o Senhor, destruindo eu e você, fazendo-se de carneirinho, mas a Palavra diz que o demônio é um leão que ruge querendo devorar-nos.

Quanto mais renunciarmos ao diabo, tanto mais nos aproximaremos de Deus. Não que o Senhor se separe de nós; nós é que, pelo dom da nossa liberdade, nos distanciamos d'Ele. Se você quer cortar toda a aproximação do diabo na sua vida, todas as suas artimanhas dele, reze agora renunciando a ele e a todos os seus espíritos malignos:

Em Nome de Jesus, pelo poder das Cinco Chagas de Jesus, por intercessão de Nossa Senhora, que esmagou a cabeça da serpente, eu renuncio a satanás, autor e pai de todo mal e de toda mentira. Renuncio a todas as suas façanhas na minha vida e a todas as sua falcatruas. Renuncio a todos os espíritos malignos e a toda contaminação que eu possa ter recebido de lugares ou coisas que eu fiz na minha vida. Renuncio a todo tipo de culto que eu possa ter feito a satanás e a seus anjos, consciente ou inconscientemente.

Neste dia, eu assumo o Senhorio de Jesus na minha vida, sobretudo o que eu tenho e tudo o que eu sou. No meu passado, na minha história, no meu presente e no meu futuro. Eu sou de Jesus, inteiramente de Jesus.

Deus é meu Pai, Jesus é meu Irmão e Salvador; o Espírito Santo é o meu Companheiro e Santificador; Maria é minha Mãe e Intercessora. Amém. (Renove as promessas do seu Batismo rezando o nosso Credo).

Pe. Anderson Marçal - Com. Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/padreanderson

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Igreja Católica é dona de muita riqueza?

Muito se fala sobre a riqueza da Igreja, o ouro do Vaticano etc. A Igreja, incumbida por Jesus de levar a salvação a todos os homens, precisa de um “corpo material”, sem o qual não pode cumprir sua missão. O Vaticano possui cerca de 180 núncios  apostólicos espalhados pelo mundo. No ultimo Concilio, o do Vaticano II, Papa João XXIII reuniu cerca de 2.600 bispos de todas as nações, no Vaticano, durante 3 anos… Que chefe de Estado faz isso ?

Em 1870, na guerra de unificação da Itália, a Igreja perdeu seu território pontifício de 40 mil quilômetros quadrados; ficando apenas com o pequeno espaço de hoje: 0,44 Km², em 1929, pelo Tratado do Latrão. Os objetos contidos no Museu do Vaticano foram doados aos papas por cristãos e pertencem ao patrimônio da humanidade. De acordo com o Tratado de Latrao, a Igreja não pode vender ou doar qualquer bem que esteja no Museu Vaticano. Não há motivo, portanto, para se falar, maldosamente, da “riqueza do Vaticano”. Qualquer chefe de Estado, de qualquer pequeno país, tem á sua disposição, no mínimo, um avião. Nem isso, o papa tem.

Além disso, o Vaticano tem um órgão encarregado da caridade do papa, o Cor Unum. No final de cada ano, é publicada no jornal do Vaticano, oL’Osservatore Romano, a longa lista de doação que o papa faz a todas as nações do mundo, inclusive o Brasil, especialmente para vencer as flagelações da seca, fome, terremotos etc. São doações que o papa faz com o chamado “óbulo de São Pedro”, arrecadado dos fiéis católicos do mundo todo.

A  Igreja Católica, nestes dois mil anos, sempre fez e fomentou a caridade. Muitos hospitais, sanatórios, asilos, albergues etc, são e foram mantidos pela Igreja em todo o mundo. Quantos santos e santas, freiras e sacerdotes, leigos e leigas, passaram sua vida fazendo caridade… Basta lembrar aqui alguns nomes: São Vicente de Paulo, D.Bosco, São Camilo de Lellis, Madre Teresa de Calcutá… a lista é enorme! Hoje, 25% de todas as entidades que assistem os aidéticos, são da Igreja. Nenhuma instituição fez e faz tanta caridade como a Igreja. Ela é muito rica sim, espiritualmente.

Na verdade, ela é rica desde sua origem, porque seu criador é o próprio Deus; é Dele que vem toda a sua riqueza. Ela é o próprio Corpo de Cristo (I Cor 12, 27). Ela é rica também porque é a Igreja dos santos, dos mártires, dos profetas, dos apóstolos, das virgens e viúvas santas, dos padres, dos pontífices, dos confessores, e de uma multidão de fieis que, no silencio da fé, oferecem suas vidas a Deus. Essa é a verdadeira riqueza da Igreja.

Professor Felipe Aquino
para Revista Canção Nova

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Somos os trabalhadores da última hora

Imagem de DestaqueNós estamos, graças a Deus, no tempo da misericórdia, tempo em que o Senhor se põe de braços abertos para acolher a todos que vêm a Ele. Deus é sempre misericordioso, mas também é justo. Haverá um momento em que Ele vai precisar usar da Sua justiça; por isso, volte agora para o Senhor! Ele está esperando por você e pelos seus.

Nós estranhamos a conclusão do Evangelho em que o proprietário sai em busca de operários para sua vinha (cf. São Mateus 20, 1-16). A uva tem que ser colhida no tempo exato, por essa razão ele vai de madrugada procurar trabalhadores, e volta às 9h, ao meio-dia, às 15 e às 17h. Por que ele volta tantas vezes? Porque ele é o dono da vinha e os cachos de uva têm que ser colhidos, pois não podem se perder. É por essa razão que ele vai buscar operários também às 17h.

Há um outro aspecto muito importante nesse Evangelho: vou falar de nós operários que o Senhor manda buscar porque não quer perder suas "uvas". Você é operário do Senhor até mesmo em gratidão por ter sido "colhido" e trazido de volta a Ele. Você é chamado a ser evangelizador e entrar no trabalho do Senhor.

Na Igreja há lugar para todos, mas, na evangelização, vocês leigos podem ir aonde os bispos e nós padres não podemos; em primeiro lugar, na sua família, você é o primeiro apóstolo dela; você pai, mãe, filho. Existem muitos filhos que ainda precisam ser "colhidos" pelo Senhor. Você é o apóstolo da sua casa, você é o evangelizador. Dizemos que "santo de casa não faz milagres", mas a grande arma não está na boca, em você ficar falando com a pessoa, mas a grande arma está nos joelhos: reze, reze, reze! Chegue até a cama de seu filho quando ele estiver dormindo e reze por ele.

Queira realmente que seu filho seja resgatado pelo Senhor, queira e não desanime; busque todas as ocasiões. Facilite para que ele se encontre com outros jovens em tantos movimentos que o Senhor tem suscitado na Igreja d’Ele. Você verá o efeito que isso fará. É preciso que você queira a salvação de seus filhos.

Quantos filhos e quantas filhas precisam resgatar o pai e a mãe também. Infelizmente, há muitos pais que na nossa cultura são “durões” e não vão à igreja, e precisam ser resgatados pelo Senhor; eles não podem se perder, e é claro que você não quer que eles se percam. E não basta que eles sejam “bonzinhos”, eles precisam voltar a Deus, aos sacramentos. Se nós rezarmos ao Senhor pelos nossos pais e avós, o Senhor buscará o momento para salvá-los, nem que seja o último dia.

Meu irmão, é preciso trabalhar e querer a salvação de nossos entes queridos! Você está em lugares aonde nós padres não podemos chegar, e você precisa também ser o evangelizador onde você trabalha e para as pessoas que Deus coloca em seu caminho. Precisamos querer a salvação deles, nesses lugares, você está perto dessas pessoas e pode lhes falar e agir. Primeiro a sua própria presença, como alguém do Senhor, incomoda, por isso, você não pode ser uma pessoa chata. Pois só de não se comportar como os outros, você acaba sendo um estranho no "ninho" e isso incomoda.

Nós não somos “carolas” como eles dizem, mas eles também reconhecem que nós fazemos a diferença; e é assim que precisamos ser, pois quando a “coisa aperta” eles buscam a nós. Reze e não perca a ocasião, pois você é apóstolo da última hora, realize a sua missão.

Meus irmãos, está na hora de acordarmos e darmos tudo de nós, pois o Senhor nos dará o pagamento “daquele que trabalhou o dia todo”. O Senhor quer dar esse pagamento a você, comece onde puder começar; e se você ainda não tem o aprendizado de como levar o Evangelho, fale daquilo que você é hoje, daquilo que você conseguiu; a vida fala mais que mil palavras.

São Paulo fala: “Irmãos: Cristo vai ser glorificado no meu corpo, seja pela minha vida, seja pela minha morte. Pois, para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Filipenses 1,20c-24.27a). O grande apóstolo foi como um bom operário que não deixou nenhum “cacho de uva” se perder. E ainda diz que só uma coisa importa: viver à altura do Evangelho de Cristo. Diga ao Senhor: “Senhor, é isso que eu quero ser pela Sua graça. Amém!

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Padre Jonas Abib
pejonas@cancaonova.com
Fundador da Comunidade Canção Nova e Presidente da Fundação João Paulo II. É autor de diversos livros, milhares de palestras em áudio e vídeo, viajando o Brasil e o mundo em encontros de evangelização. Acesse:wwww.padrejonas.com

sábado, 12 de novembro de 2011

Podemos venerar as imagens dos santos?

Desde os primeiros séculos os cristãos pintaram e esculpiram imagens de Jesus, de Nossa Senhora, dos santos e dos anjos, não para adorá-las, mas para venerá-las. As catacumbas e as igrejas de Roma, dos primeiros séculos, são testemunhas disso. Só para citar um exemplo, podemos mencionar aqui o fragmento de um afresco da catacumba de Priscila, em Roma, do início do século III. É a mais antiga imagem da Santíssima Virgem. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) traz uma cópia dessa imagem (Ed. de bolso, Ed. Loyola, pag.19).

É o caso de se perguntar, então: Será que foram eles "idólatras" por cultuarem essas imagens? É claro que não. Eles foram santos, mártires, derramaram, muitos deles, o sangue em testemunho da fé. Seria blasfêmia acusar os primeiros mártires da fé de idólatras. O Concílio de Nicéia II, em 787, declarou:

"Na trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres, e da Tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda a certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como a representação da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, quanto a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos" (Catecismo da Igreja Católica, nº 1161).

Deus nunca nos proibiu de fazer imagens, e sim “ídolos”, deuses,  para adorar. O povo de Deus vivia na terra de Canaã, cercado de povos pagãos que adoravam ídolos em forma de imagens (Baals, Moloc, etc). Era isso que Deus proibia terminantemente. A prova disso é que o Altíssimo ordenou a Moisés que fabricassem imagens de dois querubins e que também pintassem as suas imagens nas cortinas do Tabernáculo. Os querubins foram colocados sobre a Arca da Aliança. Confiar essas passagens: Ex. 25,18s, Ex 37,7; Ex. 26,1.31; 1 Rs. 6,23; I Rs 7,29; 2 Cr. 3,10.

Da mesma forma, Deus Pai mandou que, no deserto, Moisés fizesse a imagem de uma serpente de bronze (cf. Nm 21, 8-9), que prefigurava Jesus pregado na cruz (cf. Jo 3,14). Que fique claro, Deus nunca proibiu imagens, e sim, "fabricar imagens de deuses falsos". Mas isso os cristãos nunca fizeram porque a Igreja nunca permitiu. As imagens sempre foram, em todos os tempos, um testemunho da fé. Para muitos que não sabiam ler, as belas imagens e esculturas foram como que o Evangelho pintado nas paredes ou reproduzido nas esculturas. Vitor Hugo dizia que as igrejas eram “Bíblias de pedra”. As imagens nos lembram que aqueles que elas representam chegaram à santidade por graça e obra do próprio Deus, são exemplos a serem seguidos e diante de Deus intercedem por nós.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Como curar o ressentimento?

A primeira coisa a fazer para curar um coração ressentido é um diagnóstico claro do problema que mais nos aflige. Como vamos tratar um problema se não conhecemos suas causas? Muitas vezes, para se chegar ao diagnóstico de alguma doença física gasta-se muito tempo, dinheiro, paciência, estudo e, acima de tudo, persistência e perseverança, tanto do médico como do paciente.

Para a cura do ressentimento, o procedimento é bastante parecido. A primeira coisa a fazer é avaliar os sentimentos estragados. Que sentimentos são esses? Que tipo de estrago têm? O que está causando o estrago? De onde provêm os sentimentos negativos? Desde quando estou me sentindo assim? Lembro-me de algum fato relacionado ao sentimento estragado? É um sentimento racional ou irracional, isto é, mais instintivo do que real? Será que não estou olhando para o problema com lentes de aumento? Ou o problema é realmente sério e perturbador?Desejo realmente a cura ou prefiro manter o sentimento estragado como estratégia para ataques ou defesas futuras?

Essas são algumas das perguntas as quais precisamos responder para tentar formular um diagnóstico mais próximo da realidade. E nunca podemos nos esquecer de que aqui estamos falando de problemas íntimos, de feridas interiores, de mágoas nem sempre muito conscientes. Mas, na medida do possível, é preciso diagnosticar para fazer o prognóstico correto, o tratamento adequado, eficiente e eficaz.

É bom lembrar que essas perguntas deverão ser aplicadas às situações que realmente necessitam ser trabalhadas. Não adianta nada a pessoa querer achar sentimentos estragados nas águas do passado. Aí o problema já precisa de outro tratamento.

Outra coisa importante a fazer é parar de alimentar os sentimentos negativos. Para se tornar ressentimento, esses sentimentos precisam de pensamentos negativos, palavras torpes, indelicadezas, hostilidades e outras atitudes semelhantes.

Considere ainda algumas coisas simples, mas fundamentais, para curar esse mal que tanto nos atrapalha: não queira achar que você está sempre certo e que o outro está sempre errado. Ninguém é tão perfeito nem tão imperfeito assim. Então, não é correto a pessoa ceder sempre (como se o outro nunca errasse). Isso provocaria outro problema sério: o sentimento de vítima, que acabaria gerando um complexo de inferioridade. É preciso descobrir a justa medida para se chegar à concessão mútua. Isso parece difícil, mas não é tão complicado assim. Basta termos critérios justos e estarmos desejosos de resolver o problema e não de complicá-lo ainda mais.

É preciso também chegar a uma hierarquia dos sentimentos. Existem coisas que precisam ser resolvidas com urgência. Tente descobrir quais os sentimentos estragados mais propensos a se tornarem ressentimento. Estes deverão ser os primeiros a ser atacados pela oração e pela ação de cura.

Se no seu grupo você já brigou com a maioria das pessoas, seja humilde e reconheça que o problema está com você. Ou será que você é o único certo e todos os outros estão errados? Aí somos como a mãe que voltou do desfile da escola de seu e disse ao marido: “Só o Juninho marchou direito”. Todos os outros colegas marcharam errado. E, coincidentemente, todos erraram ao mesmo tempo. Eles treinaram o erro. O Juninho se manteve firme e marchou direitinho. Só ele! Ora, não queira ser o Juninho, ou, pior ainda, a mãe do menino.

Se você sempre briga com a pessoa mais próxima (marido, esposa, filho, amigo, colega de trabalho) pelo mesmo motivo, repetidamente, é sinal de que o ressentimento já se instalou e que precisa ser tratado com urgência “urgentíssima”. Essa é uma ferida que precisa de tratamento adequado e eficiente.

A partir da constatação da ferida, passamos a aplicar sobre ela o remédio do perdão. Além do perdão e do amor incondicional, precisamos cultivar atitudes que nos levem a viver curados. É preciso ter coragem de ser diferente, e não viver como os pagãos, com o entendimento obscurecido (jeito simpático de chamar alguém de anta!) e o coração empedernido. Leia Efésios 4, 17-25.

Tempos aí alguns elementos muito práticos para uma vida restaurada. Como o próprio texto sugere, a cura do ressentimento é um processo longo, mas se não for iniciado nunca será concluído. Não podemos ter pressa, mas é preciso começar! O único jeito de perceber se estamos sendo curados ou não é pela qualidade de nossos relacionamentos. Na convivência, especialmente com aqueles que mais nos provocam, é que aprendemos a testar nosso coração. Na superação dos pequenos conflitos do dia a dia vamos nos preparando para as grandes batalhas de nossa história.

É fundamental perceber que uma das mais lindas obras que o Espírito Santo pode fazer em nossa vida tem a ver com a cura de nosso coração. Quando nos deixamos conduzir por Ele, vamos pouco a pouco matando as obras da resistência em nossa vida. Essas obras de resistência são exatamente as externalizações de um coração ressentido: inimizades, brigas, ciúmes, superstição, ódio, ambição, discórdias, partidos, inveja, bebedeiras, orgias e outras coisas semelhantes (cf. Gl 5,20).

Os frutos do Espírito, ou seja, aquilo que produzimos quando deixamos o Espírito conduzir nossa vida, são exatamente tudo aquilo a que aspiramos e o que conseguimos produzir quando experienciamos a graça da cura do ressentimento. O bonito é que a partir da experiência da cura os próprios frutos que essa cura produz serão usados para curas posteriores. E isso é fundamental, pois ninguém no mundo está para sempre imunizado contra o ressentimento. Qualquer novo relacionamento, qualquer novo contato com as pessoas com as quais nos relacionamos são sempre possibilidades para o ressentimento.

(Trecho extraído do livro "A Cura do Ressentimento" do saudoso padre Léo - SCJ).

Padre Léo

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Por que não deve haver sexo antes do casamento?

Não há alguém melhor do que Deus, mais sábio, mais douto, mais santo e mais justo, e que nos ame mais do que Ele; logo, não pode haver leis melhores que as Dele. Uma delas é essa: não pecar contra a casti­dade. Quem vive a pureza é feliz.

Castidade é viver a vida sexual somente no casamen­to, pois só ali o sexo tem sentido pleno; é a manifestação de amor do casal e a gera­ção dos filhos amados. Fora do casamento (adultério) ou antes dele (fornicação), o sexo é uma desgraça, torna-se vazio e sem sentido.

A união íntima de um casal só tem sentido quando eles assumiram no amor um compromisso de vida para sempre, coloca­ram uma aliança nos dedos, o que signifi­ca que um pertence ao outro para sempre, diante de Deus e dos homens. Então, o ato sexual é o "selo" dessa união, da qual vão nascer os filhos de Deus.

O Papa João Paulo II disse no Brasil, em 1997, no Maracanã, que aqui, por causa do amor livre, há milhares de filhos órfãos de pais vivos. Que tristeza! O sexo fora do casamento pode trazer se­parações, brigas, doenças venéreas, gravidez indesejada, abortos provocados, etc. Deus é sábio, é Pai, nos ama; e a castidade é uma belíssima virtude que prepara os jovens para o casamento.

Um jovem que aprendeu a castidade enquanto solteiro será um côn­juge fiel ao outro porque aprendeu na luta, na oração, na vigilância dos sentidos vencer os mais baixos impulsos de nossas paixões. A castidade faz do jovem um forte, alguém que sabe se dominar. Diz o provérbio que mais vale aquele que domina a si mesmo do que aquele que conquista uma cidade. Por tudo isso a santa lei de Deus nos diz:

"Guarda-te, meu filho, de toda a fornicação: fora de tua mulher, não te autorizes jamais um comércio criminoso" (Tb 4,13). Mas o corpo não é para a fornicação, e sim para o Senhor, e o Senhor é para o corpo[ ... ] Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo?[ ... ] Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo.

Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo" (ICor 6, 13-20). "Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, liber­tinagem" (Gl 5,19). E diz: "Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos" (Ef 5,3). Sejamos puros como os anjos.

por Professor Felipe Aquino
para Revista Canção Nova

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Por que celebrar o Dia de Finados?

portao ceu jesus cristo igreja catolica ordem franciscana canto da paz paraiso pazEstamos no Mês de novembro. Nesse mês, de modo especial no dia de finados, relembramos nossos familiares, amigos que partiram de nosso convívio. Para uns esse ato de recordar é tranquilo, sereno; para outros reabre às vezes feridas, renasce o pranto e prolonga a dor porque ainda não conseguiu aceitar a separação daquele ou daquela que partiu do convívio cotidiano. De um ou de outro modo o ato de recordar reacende a saudade, mas também a dor.

A visita que fazemos ao cemitério, as preces que elevamos a Deus, as velas que acendemos, as flores que oferecemos aos nossos entes queridos são um expressão do nosso amor e carinho a eles. Mas não apenas isso. É também expressão de nossa confiança em aqueles que não estão mais juntos de nós fisicamente, que não caminham conosco em nosso dia a dia, definitivamente, não morreram. Essa garantia é o próprio Jesus quem nos da: “aquele que crê em mim, mesmo que morra viverá eternamente” (Jo 11,25). Para os que acreditam a vida não se restringe no aqui e agora que vivemos na história, porém a vida se revela em algo muito maior. A vida apreciada no amor é, na fé, convivência eterna em comunhão com Deus. Essa é a esperança cristã que nos conduz a um olhar confiante e alegre a essa comunhão de amor que há de vir.

Todavia, a vida eterna, a salvação não é para ser buscada apenas depois da morte.  Essa busca deve começar aqui e agora. Trata-se antes de tudo de acreditar no chamado que Deus faz a nós em Cristo. Por meio do seu filho Deus nos põe em comunhão com Ele. Mas essa é uma verdade de fé. Assim como somente pela fé em Cristo e sob a ação do Espírito podemos conhecer quem é Deus, do mesmo modo é também pela fé que podemos ter acesso a essa verdade, ou seja, à vida glorificada.

Mas cuidado para não entender errado o que estamos falando. Quando digo que é preciso crer trata-se de acolher aquele que é o Senhor da vida em nossa vida e aceitar que sua Palavra seja “lâmpada para os nossos pés” no dia a dia. Trata-se de deixar que ela – a Palavra - transforme nossa vida a tal ponto que possamos também hoje amar como o Cristo amou e ama, perdoar, solidarizar, profetizar, enfim, servir e fazer o bem como ele o fez. Dessa maneira antecipamos desde já a convivência plena no amor de Deus.

O Cristo glorioso e ressuscitado não é outro senão aquele chorou diante de seu amigo Lázaro, que teve compaixão da multidão faminta, que caminhou em busca da ovelha perdida, que carregou a cruz até o calvário e lá foi crucificado e morto. Com isso quero dizer que seremos o que somos agora. Será eternizado o que agora vivemos e fazemos. Na verdade a promessa e garantia da vida eterna supõe um modo de viver. É um viver segundo Cristo ou como diz Paulo, “não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

Tudo o que expressamos é preciso ser visto em relação a outro ato de recordação e celebração que antecede o dia de finados: a Festa de todos os Santos. Louvamos e bendizemos a Deus por todos os santos. Mas quem são os santos? São nossos irmãos na fé que numa determinada viveram a fé em Cristo buscando fazer a vontade do Pai. É verdade que o número dos santos não são somente aqueles que a Igreja já os declarou. Vai muito além. Ser santo é um chamado dirigido a todos os homens e mulheres que ontem, hoje e amanhã peregrinam por esta terra (1 Cor 1,2). Nesse sentido podemos dizer que todos os nossos irmãos, amigos, familiares que não estão mais conosco já experimentam a alegria de ser santo como nosso Deus é santo em sua ressurreição. Essa mesma alegria somos nós convidados a experimentá-la em nosso caminhar cotidiano rumo à pátria definitiva. Isso implica fazermos o que já expusemos: viver em Cristo abraçado às tarefas do Reino de Deus. Para ser mais claro, viver a caridade com os irmãos, sobretudo, o pobre, o enfermo, o faminto, pois este rosto sofrido é o rosto mesmo de Cristo.

Que essa singela reflexão seja oportuna a você leitor (a) no sentido de cultivar não um sentido de desespero diante da morte ou ainda que lhe ajude a aceitá-la com um olhar sereno. De certa forma a morte é nossa parceira. Sem a morte e experiência da cruz não se experimentará a vida glorificada. Ao mesmo tempo ajude a examinar quais ações são prioritários em sua vida e se elas estão relacionadas às escolhas d’Aquele que nos chama a viver na santidade e nos assegura uma Vida plena, eterna e feliz. De uma coisa estou certo aquele que faz a vontade de Deus não ficará sem recompensa: o cêntuplo nesta vida e a vida eterna.

(fonte: www.dioceseprocopense.org.br/site/artigos/pealcides_finados.doc - autor: Pe. Alcides Andreatta . Mestrando em Teologia Pastoral . Belo Horizonte - MG)