Já estamos iniciando a quarta semana da Quaresma, tempo conversão e de preparação para a Páscoa. Mas, como tem sido nossos dias? Estamos, realmente, nos preparando para a maior festa da nossa fé? O artigo a seguir nos ajuda a refletir sobre esse tema.
Pergunte a qualquer criança de sete anos que esteja na catequese: “Qual é a festa mais importante da Igreja?”. Muito provavelmente ela responderá: “É o Natal!”. Talvez até mesmo você, leitor, também teria dado esta resposta. Mas será que o Natal é mesmo a festa mais importante da Igreja?
O Sagrado Magistério da Igreja nos ensina que “em cada semana, no dia que a Igreja passou a chamar 'dia do Senhor', ela recorda a ressurreição de Cristo, celebrando-a uma vez por ano, juntamente com sua sagrada paixão, na solenidade máxima da Páscoa” (Concílio Vaticano II, Constituição Conciliar sobre a Sagrada Liturgia, nº 102) e que, portanto, “a Páscoa não é simplesmente uma festa entre outras: é a festa das festas, a solenidade das solenidades” (Catecismo da Igreja Católica, nº 1169).
A salvação da humanidade começou a acontecer no mistério da Encarnação do Verbo, celebrado no Natal. Mas a consumação dessa salvação aconteceu no mistério da Ressurreição do Senhor, celebrado na Páscoa!
Nós realmente temos dado a devida importância para esta solenidade? Na sua realidade, como é a celebração do Tríduo Pascal? Certamente, milhares de pessoas vão à Igreja celebrar a Paixão do Senhor na Sexta-Feira Santa, com as belíssimas procissões do Encontro e do Senhor Morto. Mas quantas destas pessoas comparecem à Vigília Pascal para celebrar a Ressurreição do Senhor?
A Páscoa, muito mais do que troca de ovos de chocolate, é a celebração máxima da nossa fé: “se Cristo não ressuscitou, a vossa fé não tem nenhum valor e ainda estais nos vossos pecados. Mas, na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio à morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos serão vivificados, para que Deus seja tudo em todos!” (cf. 1Cor 15, 17.20-22.28).
Nesta reta final da Quaresma, façamos atos concretos de preparação para celebrar a Páscoa. Além da penitência, oração e jejum, coloquemos em prática um gesto muito nobre de caridade: instruir os que estão no erro (cf. Catecismo da Igreja Católica, nº 2447) a respeito da importância da Páscoa, para a qual se dirige todo o esforço quaresmal. Isso pode ser feito através da catequese, de formações, de pregações... enfim, em qualquer lugar onde dois ou mais estiverem reunidos em nome do Senhor! (cf. Mt 18,20).
João Paulo Veloso
Coordenador Nacional do Ministério para Seminaristas
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