Alguns casais que não conseguem engravidar perguntam o que a Igreja diz sobre a inseminação artificial. Ela não aceita essa maneira de engravidar porque entende que não é da vontade de Deus. O Catecismo da Igreja ensina que: “As técnicas que provocam uma dissociação do parentesco, pela intervenção de uma pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero), são gravemente desonestas. Estas técnicas (inseminação e fecundação artificiais heterólogas) lesam o direito da criança de nascer de um pai e uma mãe conhecidos dela e ligados entre si pelo casamento. Elas traem “o direito exclusivo de se tornar pai e mãe somente um através do outro” (§2376).
No parágrafo 237, a Igreja explica que mesmo a inseminação e fecundação artificiais homólogas (entre um casal unido pelo matrimônio) “continuam moralmente inaceitáveis” porque separam o ato sexual do ato procriador. A Igreja entende que “o ato fundante da existência dos filhos já não é um ato pelo qual duas pessoas se doam uma a outra, mas um ato que “remete a vida e a identidade do embrião para o poder dos médicos e biólogos, e instaura um domínio da técnica sobre a origem e a destinação da pessoa humana. Tal relação de dominação é por si contrária à dignidade e à igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos”. A Igreja entende que “a procriação é moralmente privada de sua perfeição própria quando não é querida como o fruto do ato conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos”.
Enfim, a doutrina católica entende que a inseminação artificial desrespeita “a dignidade da pessoa”. (Congregação da Fé, DV, II,4). O ato sexual do casal tem duas dimensões: unitiva e procriativa e não deve haver separação entre elas; isto é; não deve haver sexo sem abertura para a vida, mas também não deve a vida ser gerada sem o ato sexual.
Então, o que a Igreja recomenda ao casal neste caso? Ela lembra que o filho “não é algo devido, mas um dom” e que não há um “pretenso direito ao filho” (§2378). Os esposos que, depois de terem esgotado os recursos legítimos da medicina, sofrerem de infertilidade unir-se-ão à Cruz do Senhor, fonte de toda fecundidade espiritual. Podem mostrar sua generosidade adotando crianças desamparadas ou prestando relevantes serviços em favor do próximo”. (§2379)
Portanto, o casal deve procurar os recursos legítimos da medicina e optar pela adoção se não conseguir resolver o problema da infertilidade. A Igreja sabe que é uma cruz para o casal, mas é a cruz que nos salva.
por Professor Felipe Aquino
para Revista Canção Nova
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