sexta-feira, 11 de março de 2011

Vivenciando a Quaresma: Jejum

Por ocasião da Quarema, traremos todas as sextas aqui no blog, as orientações da Igreja para uma melhor vivência deste tempo de jejum, oração e caridade.

Os textos destas formações são extraídos da apostila Amigos de Deus, da RCC Brasil.

Começamos hoje falando sobre o Jejum.

O jejum perfaz tanto a história de Israel como a história eclesiástica, mas o que de fato é o jejum? Como e quando devo fazê-lo? Será que existe um paradigma dessa prática que atravessa os séculos na prática cristã? As escrituras através de seus relatos nos revelam diferentes métodos de jejum, com uma particularidade em comum, estar mais próximo de Deus e por ele ser ouvido.

Sempre que o povo de Israel encontrava-se em situações de perigo, convocava-se um jejum em termos nacionais, onde todo o povo reconhecia que somente a mão do Senhor poderia livrá-los das armadilhas do inimigo, sendo o livro de Ester o exemplo clássico dessa mobilização em prol da nação. Encontramos também no AT exemplos onde o jejum era realizado diante de aflições individuais, como Davi em 2Sm 12.16-23. No NT não é diferente, a igreja antes de tomar sérias decisões, jejuava e orava para receber orientação do Espírito Santo (At 13.2).  

Existem alguns tipos de jejum, todos válidos, aqui veremos alguns deles:

Importante: nenhum jejum exclui o café da manhã, este deve ser tomado como de costume, se você não possui este hábito um copo de água morna pela manhã é o bastante para evitar dores de estômago, irritabilidade e dor de cabeça.

Agora você está pronto para vivenciar de forma correta e verdadeira o seu jejum. É indispensável lembrar que o jejum é sempre acompanhado de oração e o seu fim primeiro deve ser a conversão tanto individual quanto da comunidade.

Esclarecimento: Deixar de consumir doces, sorvete, bebida alcoólica, chocolate ou ainda deixar de ver televisão não caracterizam jejum. Quando a pessoa se priva voluntariamente de alguma coisa, oferecendo essa prática como sacrifício está se mortificando. As mortificações são práticas válidas e agradam ao Senhor, além de proporcionarem a autodisciplina e o autodomínio.
“Ai de vós, doutores da lei, que tomastes a chave da ciência, e vós mesmos
não entrastes e impedistes aos que vinham para entrar.”
(Luc 11,52)

Algumas Advertências
a) Algumas pessoas não podem, de forma alguma, praticar o jejum, por razões de natureza física. Irmãos e irmãs que tenham doenças como o diabetes, pressão arterial alterada, doenças cardíacas, úlceras, câncer, hemopatias, doenças pulmonares ativas, gota, doenças do fígado e dos rins, enfarto recente, doenças cerebrais, gravidez ou idade avançada sem a prática constante do jejum durante a vida. Em suma: Não devemos jejuar sem a aprovação médica ou sob tratamento médico.

b) A volta da alimentação normal, depois de jejuarmos, deve ser feita através
de pequenas porções de alimento. Após jejuns médios e longos, é
aconselhável:

Não adicionar sal aos alimentos, pois o paladar será mais sensível, preferindo alimentos simples, integrais e naturais;

Continuar a beber muita água – um litro ou mais por dia;

Comer devagar utilizando a mastigação por mais tempo.

c) O jejum não é uma forma de “pressionar” Deus, nem de obrigá-lo a nos abençoar.

Para refletir...

O jejum é poderoso! É instrumento para o crescimento, proximidade com o divino e compromisso com o Reino. Sobretudo, é uma ferramenta eficaz contra o descontrole e a escravidão imposta por uma sociedade baseada no consumo desenfreado.

Sua prática ensina disciplina e auto-negação. Porém, como tudo na vida, pode ser negativo, se utilizado para enaltecer o ego, oprimir o próximo, produzir um sentimento de superioridade.

O jejum é um meio, uma ferramenta, e somente isso. Não é o fim da vida cristã.

Grandes jejuadores, sempre se utilizaram desta prática, visando ser um bom instrumento do Espírito Santo, e apoio e incentivo aos menos fortes.

Jejuar e orar. A Igreja de Deus precisa redescobrir esta prática sadia, para se tornar mais forte e mais eficiente na Construção do Reino de Deus.

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